terça-feira, 15 de junho de 2010

Learn to fly.

Quando não se consegue mais olhar no espelho, por não se saber mais quem se vai ver por lá, por não querer ser quem se vai ver, não reconhecer mais. Pobre seja, foram tantas tentativas até aqui. Por tanta vezes tentou ser maior, melhor, mais, voar mais alto, mais longe, mais bonito. Não o fez. Tentou pra isso fazer com tanto esforço aquilo que julgava certo, que julgava bom, e descobriu que errou, que tudo estava errado, quando já tinha feito tudo que podia. "Não adianta, você só vai afastar de você aqueles que se importam com você assim", os poucos que ainda se importaram, um a um, e descobriu tarde demais. Como queria ser de novo, nascer de novo, esquecer de tudo e fazer de outro modo. Mudar? A essa altura? "Sim, você pode, só não se esforça pra tentar", tentar? Mais? Tentou demais, fez demais, pra descobrir pela boca de um o que tem certeza que todos pensam: você nunca acertou, darling, só você não viu. Se foi por pena ou outra coisa qualquer que seja que ficaram do seu lado, sinta-se com sorte, e faça alguma coisa. Fazer? Pensava no que fazer. E agora?



a) de uma vez por todas, voe! Mude de direção, e acerte, dessa vez. Tente, ouça o que disseram, e seja alguém, por mais difícil que seja.
b) desista. Tome posse desse sentimento de fracasso e fique assim, somente com ele, enquanto todos vão embora.


A escolha é sua darling, não deixe ela escapar dessa vez.

sábado, 12 de junho de 2010

Hey darling. I don't miss you anymore.

Voltar a escrever era uma vontade de tempos atrás. Mas não queria voltar a escrever, e começar sobre você. E na verdade não será sobre você, será mais sobre mim. Há exatamente um ano atrás, éramos eu, a estrada pela frente, e você deitado no meu ombro esperando chegar em casa. Há um ano atrás, eu pensava que era feliz, eu pensava que você também era, e acima de tudo, eu achava que você me amava. Há pouco mais de três meses atrás, eu pensaria nisso e desabaria, choraria, sofreria, por ter sido eu a te dizer adeus, por sentir a tua falta, por ainda ter esperança do teu sentimento, mesmo fingindo não sofrer por você. Hoje, eu não te espero mais, não sofro mais por você, não acredito mais naquele conto de fadas frajuto que você me vendeu com carinhos e palavras doces, não acredito mais no que você dizia, não acredito no que você é, era e sempre foi. Só acredito que as tuas verdades eram as maiores mentiras, que as frases eram da boca pra fora, que o amor que você dizia ter era só uma caixinha vazia que você encheu com as minhas esperanças e levou consigo, pra jogar ao vento. Talvez eu só vi isso agora, por ter me libertado de vez de você. Acabou. Posso dizer com toda propriedade, certeza, e sem um pingo de arrependimento. Agora, pra sempre, pra tentar ser feliz, quem sabe, um dia.
Pra tentar um dia encontar de novo o amor que eu nunca achei.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Fomos.

Dói. Agora, e como sempre doeu, mesmo eu tentando negar. A tua ausência sempre me causou agonia e me deixou mergulhada no caos da minha loucura. Depois de mais de dois ciclos da lua, achei que tivesse me acostumado. Mas me peguei sentindo teu perfume no ar... me lembrei do jeito bobo quando olhava pra mim, do jeito que você acariciava os meus cabelos quando me beijava, de quando você me segurava pela cintura e olhava pra mim me chamando de 'minha menina', de quando você me abraçava apertado, do teu jeito de sussurrar pequenas bobagens no meu ouvido, do teu jeito de beijar meus olhos, do teu jeito de beijar a minha boca, do teu jeito de sempre me fazer rir quando eu estava triste, e de mais todas aquelas coisas que só você me fez sentir. E eu me pergunto se eu vou ter isso de volta, se você ainda se lembra como era. E era... e eu não consigo achar palavras pra definir o que era, o que éramos. Éramos um só, sem definições ou julgamentos. Éramos. E eu espero que voltemos a ser, quem sabe, um dia.


'O que fomos não será definido por palavras fáceis que alguém dirá, não estará nos calendários, dicionários, nem nas buscas do google...'





2 dias. ♥

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Das nossas contradições.

Eu não posso negar que nós dois somos um poço de sentimentos controversos. Não posso. Somos nós, dois feitos de puro desejo, e pura frieza, puro carinho, e pura distância. Isso não faz o que sentimos um pelo outro ser falso ou pequeno. Muito pelo contrário. É essa antítese que nos torna tão diferentes, parecidos, próximos e presos um ao outro. Pelo menos é isso que me prende a você.
Percebo agora, mais do que nunca, que não posso me basear nos teus sentimentos pra estar certa dos meus, pra assegurar os meus. Isso era só no início, quando era você que dizia que me amava, e eu não tinha o que dizer. Hoje, eu tenho o que dizer, eu amo você, mas não sei o que tenho em troca.
Do seu jeito expansivo, e do meu retraído. Das tuas mãos curiosas e quentes, e das minhas medrosas e frias. Da tua voz macia e terna, e da minha aguda e nervosa. Dos teus olhos semi-verdes e belos, e dos meus castanhos e opacos. Da tua coragem, e do meu medo. E de nós, somos feitos disso, e de uma eternidade de sentimentos e graças que só nos temos, nos completando, nos encaixando, nos fazendo oposto um do outro.
E é dessas nossas contradições, que eu afirmo, que todos os dias, eu amo você, e me odeio por isso. Talvez por te querer mais perto, talvez por te querer distante, talvez por querer que você me amasse como eu amo você, talvez por querer de volta aquele por quem eu me apaixonei.




4 dias. ♥

*foto: a primeira flor.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Do súbito da noite.

Ontem me peguei pensando em você. Não, não era como antes. Não era como ultimamente, com aquele sentimento de abandono e distância que era tão comum. Me lembrei de você, enxergando a tua alma, sentindo o teu coração. Era como no início. Não conseguia sentir raiva, mágoa, ressentimento. Era de volta aquele sentimento de conforto em saber que você estaria onde eu estivesse, que o teu coração estava comigo, e o meu, contigo (mesmo com a distância).

Já era hora das borboletas baterem novamente as asas aqui dentro.



23 dias. ♥

sábado, 23 de janeiro de 2010

Since I've Been Loving You.

Já é quase tarde demais, ou talvez cedo demais pra alguns. O dia foi vazio, e eu agora não consigo sentir nada, além de você. As esperanças, alegrias, certezas que acordaram comigo, partiram sem avisar. Não, não foi por mim, nem foi por você. Seria egoísmo demais da minha parte dizer que o que sinto agora é sua culpa. Mas também não é minha culpa. Nenhum de nós dois escolheu se apaixonar um pelo outro. Você foi, é, e sempre será, o primeiro que chamei de meu, e o primeiro a quem pertenci de verdade. Mas eu não posso negar o tamanho do vazio que se encontra aqui dentro agora. Eu não posso simplesmente negar que eu me decepcionei com você, mas também não posso negar o quanto eu quero você.
A questão é que eu não quero pensar em você. Não quero lembrar daquela vez em que você disse o que sentia, do dia em que eu descobri que era nos teus braços que eu queria ser feliz, da primeira vez em que de súbito nossos lábios se encontraram, nem da primeira vez em que os nossos olhos se fecharam e nossa alma se encontraram em uma, não quero lembrar do teu suspiro arrepiando cada parte de mim, nem do teu toque me descobrindo a cada batida do meu coração; não quero ler as cartas que você escreveu, nem lembrar das juras que você me fez, não quero lembrar dos sonhos que sonhamos juntos, nem dos segredos e malícias que só nós sabemos, não quero lembrar que você conhece cada parte de mim como a palma da tua mão, nem do teu abraço. Não quero essas lembranças, por simplesmente não poder vivê-las agora. Não as quero, por simplesmente com elas trazer também de volta aquela vez em que achei que tudo não tinha passado de uma grande mentira, dos momentos em que fui mera espectadora das tuas glórias, das vezes que fiquei entre os teus últimos planos, do dia em que ouvi da tua própria voz que 'o mundo conspira contra nós' e das vezes, como a de agora, em que caí no teu esquecimento. Aquilo que era a minha salvação me faz deparar com mágoa, e isso era tudo que eu não queria sentir por você. Pelas cartas que eu escrevi, e que sei que você perdeu (mesmo sem assumir isso), por tudo aquilo que eu disse e você esqueceu, pelas promessas que você fez com todo fervor, e não cumpriu, pelas coisas que eu sempre quis que você me contasse, e não contou, não restaram nada de ruim, só a graça de achar que você é esquecido demais. Mágoa por não ter mais provas daquilo que você dizia tanto sentir. Mas por mais que haja mágoa, raiva, qualquer palavra tua vai me levar de volta pra você, sem muita dificuldade, e vai me deixar em estado de graça, até o momento em que eu me encontrar como eu estou agora.
Não desvie de mim esses teus pensamentos que você diz serem meus, não se esqueça do quando eu sinto por você, nem deixe fugirem de mim esses teus olhos semi-verdes quando me encontrar de novo. Te direi tudo olhando no fundo da tua alma, sem pudor, e sem medo. E esteja certo meu bem, amo você, de todo coração, todo corpo, e toda alma, de toda lágrima, toda raiva, e todo desejo.
Espero por você, aqui onde você me deixou.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Dos dedos enrugados.

Faz tempo. Tempo em que não deixo as palavras saírem do coração, e saírem pelas mãos.
Mas nunca deixei de pensar em palavras. Principalmente durante os longos banhos de toda noite.
Ali, a água, eu, e as palavras. Canções que inventei, histórias de vida inteiras, poemas, frases sem sentido, palavras de um escritor que não as escreveu. Enquanto a água descia dos meus cabelos pras costas, das costas pra serpentear na cintura, da cintura pras pernas, e das pernas pro nada, as palavras saíam do coração, iam pra cabeça, voltavam, iam pra boca do estômago, e dali pros dedos... ah os dedos, já enrugados, sufocados, sedentos por expor aquelas palavras que carregava. Palavras que acabaram por fugir...
E é pelos dedos enrugados, e pelo coração escritor, e pelas palavras que fugiram, que eu voltei. Pra tentar ficar.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Amor

A solidão é como uma noite de céu nublado. escura, fria, melancólica. Por mais que haja esforço, não se consegue enxergar luz, as estrelas somem, e a Lua, por si, morre. Na solidão, a agonia consome, os olhos se fecham em lágrimas, e o caminho se segue sem ter uma mão na qual segurar.
Mas um dia, por acaso, por destino, talvez, o céu se abra. Por qual razão? Alguém... E a Lua renasce, as estrelas se põem a brilhar, assim como os olhos. Não há frio, melancolia. A agonia foge, sobra o conforto, e a alegria. Os olhos se abrem a um mundo novo, e se por acaso se fecharem em lágrimas, serão de gratidão e felicidade. E além do mais, há de quem se segurar a mão...
Agradeço a ti, por trazer as estrelas de volta pro meu céu agora claro, límpido, sereno (as estrelas mais brilhantes são aquelas que tomo pelos seus olhos). Porque a felicidade que eu achei que nunca teria, você me trouxe. Porque um mundo que eu achava distante, agora é real. Porque você apareceu...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Recomeço...

Porque palavras não seram suficientes pra descrever cada sopro de vida que as tuas palavras me trazem.
Porque palavras não traduzem a luz que os teus olhos emanam no meu caminho.
Porque palavras não valem nada perto da felicidade que você me dá todos os dias.




E que a felicidade venha de encontro a nós... :)

domingo, 4 de janeiro de 2009

Clouds


As nuvens são como as pessoas. Algumas, seguem seu caminho por entre as outras. Algumas, apenas pairam, observando os movimentos daquelas que as rodeiam. Outras, correm, têm pressa, nem ao menos olham em torno de si. Na grande avenida celeste, elas vão, ou não. Seguem seu grande e infinito caminho, correndo, devagar, param, esperam, seguem. Na raiva, na tristeza, se fecham, fecham as ruas, choram, banham o mundo com o que aquilo fez parte de si. Na alegria, na serenidade, se desfazem, deixando passar por si a luz que parte do longe.



Acho que as nuvens, por hoje, estão felizes. (mas eu estou aqui a chover)